Se alguém ainda tinha dúvidas da força da greve geral desta sexta-feira (28) na Baixada Santista não há mais motivos para tal: a Assembleia Geral realizada na noite de ontem (26), em caráter unitário na sede do Sindicato dos Petroleiros, em Santos, demonstrou que a região será uma das mais afetadas no país pelas mobilizações contra a terceirização e as reformas da previdência e trabalhista.
A empolgação entre os mais de 300 trabalhadores que lotaram o auditório do Sindipetro, representando ali mais de trinta categorias, era grande. Também estiveram presentes membros de organizações políticas e sociais, dentre partidos, coletivos e associações. Categorias estratégicas para o sucesso da greve não se ausentaram, como é o caso dos petroleiros, metalúrgicos, rodoviários, portuários, caminhoneiros, químicos e trabalhadores da construção civil.
Outras categorias também importantes, e que recentemente protagonizaram grandes exemplos de luta, deram sua contribuição. Bancários, que nacionalmente fizeram uma forte greve na última campanha reivindicatória; servidores de Santos, que fizeram recentemente a maior greve da categoria nos últimos vinte anos; e servidores de Cubatão, que estão há trinta dias em greve, estavam na plenária que tirou dois encaminhamentos importantes.
Os estudantes da Unifesp Baixada Santista, que ocuparam a universidade ano passado contra a PEC 241, além de secundaristas, compareceram à assembleia para demonstrar que a juventude está ao lado dos trabalhadores e também quer lutar por um futuro digno.
Concentração 10h, na Praça Mauá, em Santos
O primeiro encaminhamento tirado pela Assembleia foi a definição do local onde todos os trabalhadores e trabalhadoras, ativistas, estudantes, devem se dirigir: o ponto escolhido foi a Praça Mauá, no Centro de Santos. A concentração irá começar às 10 horas e deve se prolongar ao longo do dia.
1º de Maio Unitário
Outro ponto importante foi a confirmação de um grande ato unitário para o 1º de Maio da Baixada Santista, que acontecerá às 10 horas, na Praça das Bandeiras, em Santos. O fato é que seja esta Assembleia com mais de 300 pessoas, seja a própria construção da greve geral e deste 1º de Maio, são iniciativas consideradas históricas pelo movimento sindical da região.
“Sabemos o quanto os lutadores da região falavam e ainda falam com nostalgia dos tempos do Fórum Sindical de Debates na década de 1960. Foi ali, naquele período, que Santos ficou conhecida como cidade vermelha e Nova Moscou. Sabemos que a situação hoje é adversa, que vivemos um período de ataques profundos num momento em que os sindicatos se encontravam desarticulados, isolados. Mas isso começa a mudar. Aqui na região, ao menos, mesmo com todas as divergências que existem estamos demonstrando que é possível sim se unir por um objetivo comum: a defesa dos nossos direitos, a luta para derrotar os ataques do desgoverno Temer”, afirmou Adaedson Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros e coordenador-geral do Sindipetro-LP.
Para Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP, a greve já é uma realidade. “Estamos com muito otimismo sobre a greve em todo Brasil. Não podemos dar garantias sobre como será em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em qualquer outra capital. Mas aqui na Baixada não há dúvidas: será um dia histórico e toda a população está convocada a se somar. É a preservação de direitos sagrados que está em jogo”.
Lista completa de categorias presentes na Assembleia Geral de quarta-feira (26)
Petroleiros; Metalúrgicos; Químicos; Portuários; Trabalhadores da Construção Civil; Ferroviários; Rodoviários; Bancários; Servidores municipais de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande; Servidores estaduais e federais; Servidores da Previdência Social; Caminhoneiros; Gráficos; Trabalhadores dos Correios; Trabalhadores da Saúde; Professores particulares de Santos, das redes municipais de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande e da rede estadual de Ensino; Estudantes secundaristas e universitários; Vigilantes de Guarujá; Urbanitários; Trabalhadores de Condomínios e Edíficios; Hoteleiros; Enfermeiros; Jornalistas; Auditores Fiscais; Trabalhadores em Telecomunicações; Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica; Trabalhadores no Comércio de Minérios e derivados de petróleo; Trabalhadores da Limpeza; Trabalhadores Aposentados; Trabalhadores da CET de Santos.
Fonte: Site Sindipetro LP
http://www.sindipetrolp.org.br/
