Com faixas e cartazes, manifestantes bloquearam a entrada de Santos, na Avenida Martins Fontes, e a Divisa Santos/São Vicente, por volta das 6 horas desta sexta-feira (30), em mais um dia de paralisações contra as reformas do governo Michel Temer. Após a liberação dos acessos, os participantes do movimento seguem em direção à Praça Mauá, onde haverá um ato unificado.
Mais cedo, veículos vindos de São Paulo não podiam entrar na Cidade. Já aqueles que precisavam sair tinham passagem liberada. A Polícia Militar foi acionada e começou a providenciar o desbloqueio das faixas.
''O direito de greve é de todo o cidadão, mas não podem impedir o direito de ir e vir. Vamos liberar uma via e garantir a segurança deles até a Praça Mauá'', informou o capitão Marcelo Azevedo, da Polícia Militar.
Por volta das 6h40, uma pista da Avenida Martins Fontes, sentido Santos, começou a ser liberada. Às 7h10, as duas pistas estavam liberadas ao tráfego.
Após o desbloqueio, os sindicalistas que ocuparam a entrada da Cidade, no Valongo, começaram a se dirigir à Praça Mauá. A Polícia Militar deslocou o grupo para uma faixa, mas o clima esquentou. A presidente do Sindicato dos Bancários, Eneida Koury, e o secretário-geral Ricargo Saraiva, o Big, enfrentaram os policiais na tentativa de ocupar uma segunda faixa de rolamento.
De acordo com a PM, homens da corporação estão a postos para garantir a segurança da população. Conforme Polícia Militar, apenas em Santos há registro de manifestações, todas pacíficas.
Anchieta
As manifestações também afetam o trecho de Planalto da Via Anchieta. A pista lateral sentido São Paulo está interditada no km 16, na altura de São Bernardo do Campo. Um grupo de pessoas segurando cartazes e bandeiras ateou fogo em pneus, bloqueando a via. O Corpo de Bombeiros está fazendo limpeza no local e o trecho está parcialmente bloqueado.
Para evitar transtornos, a Ecovias, concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), recomenda utilizar a Rodovia dos Imigrantes.
Os protestos contam com as presenças do presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva, o Big, e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção civil, Montagem e Manutenção industrial (Sintracomos), Marcos Braz de Oliveira, o Macaé.
''Estamos em vários locais organizando essa manifestação. Vamos mantendo para verificar o decorrer das coisas. Depois, vamos à praça Mauá. Não podemos pagar essa conta, e sim quem roubou, quem desorganizou nosso País''. Apesar do bloqueio, pedestres e motociclistas estão conseguindo passar.
Opiniões
De acordo com Jocenita Silva dos Santos Coelho, representante da Força Sindical, a luta é pelo direito dos trabalhadores. Sou soldadora naval. Estão tirando nossos direirtos, os da minha filha, do nosso futuro. E dos nossos aposentados, que trabalham a vida inteira''.
Em meio aos protestos na entrada de Santos, a professora Solange Duarte afirmou que as manifestações eram positivas. ''É uma bagunça, mas acho bom para as coisas melhorarem''.
Já Luciana de Souza, auxiliar de limpeza, que esperava o ônibus fora do ponto, reclamou que estava atrasada para ir trabalhar por conta da manifestação. ''Não sei nem o que dizer. Atrapalha a gente e não resolve nada''.
Divisa Santos/SV
A divisa entre Santos e São Vicente, na pista sentido Ponta da Praia, foi bloqueada por manifestantes pouco antes das 6 horas. Próximo
à Linha Amarela, muitos usuários dos coletivos optaram por descer dos ônibus para seguir caminho.
No último protesto - durante greve geral em 28 de abril - alguns motociclistas entraram em discussão com os manifestantes. Desta vez, parte deles optou por fugir da manifestação desta sexta-feira (30) caminhando com as motos na pista sentido São Vicente, que não foi bloqueada.
Cones foram espalhados pela Avenida Presidente Wilson, sentido São Vicente/Santos, para demarcar o espaço onde os manifestantes estão protestando e onde irão passar os veículos. Às 6h44, uma das faixas sentido São Vicente-Santos foi liberada.
Por volta das 7h40, todas as faixas foram liberadas na divisa entre Santos e São Vicente.
De acordo com Amilton Darci Côrrea, coordenador da CUT na Baixada Santista, os protestos são motivados pela descrença da população com o governo. "A população não pode aceitar decisões que são contra os direitos dos trabalhadores. Não estamos apenas em uma crise econômica, mas também política. Temos que organizar os trabalhadores, provocar reflexão sobre o assunto e derrubar essa política corrupta".
Cubatão
Em frente à Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, por volta das 6h40, cerca de 30 pessoas estavam em frente a uma das entradas da sede antiga da empresa, na Praça Caio Stênio de Albuquerque, aguardando os trabalhadores do turno das 7 horas.
A intenção dos manifestantes é convencer os colaboradores da empresa a não entrar na empresa e aderirem à greve.
Já na entrada da nova sede da refinaria, na Avenida 9 de abril, um veículo com sindicalistas aguarda a chegada do trabalhadores da área administrativa da Refinaria, o que há previsão de ocorrer entre 7h30 e 8 horas.
Participam desta manifestação o Sindicato dos Petroleiros e pessoas de fora da região, principalmente do movimento Mulheres em Luta. Os manifestantes seguram faixas com dizeres como "Comitê pela Greve Geral"e contra o presidente Michel Temer.
Às 7h50, novas equipes que deveriam iniciar um novo turno de trabalho chegaram à Refinaria e não entraram, aderindo à manifestação que ocorre na porta da empresa.
Dezenas de pessoas estão no local. Parte dos manifestantes aproveitou para protestar contra a redução do quadro de funcionários, após a suspensão de uma liminar que impedia a diminuição de postos na empresa, na última terça-feira (27).
PortoNa porta do BTP, na Alemoa, havia uma concentração maior de estivadores, por volta das 7h15, mas sem incidência de protestos ou confusão.Cerca de 40 estivadores e sindicalistas se reúnem no local para pressionar os demais trabalhadores a cruzar os braços, enquanto o reajuste salarial e demais exigências debatidas pela categoria na última reunião do sindicato não são acatadas. Juntos, gritam palavras de ordem como "O porto, unido, jamais será vencido".
No início da manhã, parte do grupo que se reúne em frente à empresa esteve na entrada de Santos para apoiar a paralisação contra a reforma trabalhista.
Fonte: A Tribuna